ESPORTIVO 1093
Ele tinha a
mesma carroceria monobloco do Gordini e a mesma capacidade volumétrica de 845
cm3. Há quem pense, até hoje, que a sigla 1093 se refira à capacidade
volumétrica do motor...
A suspensão
traseira foi rebaixada, para melhorar a estabilidade, e as rodas eram calçadas
com pneus radiais, da Pirelli.
A adoção de dupla carburação, novos coletores de
admissão e escapamentos especiais (menos restritivos) mais uma taxa de
compressão elevada (9:1) – que exigia o uso de gasolina azul – aumentaram a
potência do valente motor para 53 cavalos.
O painel exibia um conta-giros de
dimensões generosas, artigo raro naquela época, e a carroceria era oferecida na
reluzente cor metálica dourada. Ao todo
foram produzidas 721 unidades desse modelo.
CLIQUE NAS FOTOS ABAIXO PARA AMPLIÁ-LAS
Até agora, identifiquei apenas 5 exemplares sobreviventes: placas ABL 1967, FCM 1093, GKR 1093, KSM 1965 e MAH 9093
Última atualização em: 1º de fevereiro de 2016
TEIMOSO
Ao longo de 21 dias e durante 24
horas, uma equipe de 10 pilotos (recrutada pela Willys e chefiada por Luís
Antônio Greco) se revezou ao volante de um Gordini no autódromo de Interlagos. Ao
final da exaustiva prova, foram quebrados 133 recordes em 51.233 km,
percorridos a uma velocidade média de 97 km/h.
Em determinada volta, o exemplar
dirigido por Bird Clemente capotou. O carro foi desvirado e, após 3
horas de marteladas para retirar os amassados, voltou à pista sem maiores
problemas mecânicos, vindo daí o nome "Teimoso".
O TEIMOSO
acabou se tornando a versão “popular” do Gordini, para atender um programa do
governo federal de incremento na produção e vendas da indústria
automobilística.
É que, com a derrubada do
presidente João Goulart (em 31/03/1964), o Brasil experimentou um longo período
de recessão e os automóveis acumulavam-se nos pátios das fábricas.
A ideia do governo: oferecer
financiamento de 4 anos pela Caixa Econômica Federal, com juros subsidiados de
apenas 1% ao mês, mas apenas para os modelos mais baratos.
A proposta
envolvia a simplificação dos carros para se obter o menor preço acessível, mas
sem a adoção de motores menos potentes (talvez porque não houvesse mais o que
retirar do Fusca 1200 cm3 - 30 cv - ou dos 845 cm3 e 32 cv do Gordini, por
exemplo).
Cada fabricante nacional
arregaçou as mangas e, assim, o mercado teve acesso aos despojados VW Fusca “Pé-de-Boi”,
o DKW “Pracinha”, o Simca “Profissional” e o Willys “Teimoso”.
Era um quarteto desprovido de itens de acabamento, conforto e até de segurança,
que faria qualquer dono de modelo 1.0 atual se sentir “por cima”.
O TEIMOSO custava 60% do Gordini,
mas sacrificava a segurança, a estética e o conforto, com discutível economia de escala. Ele não tinha lanternas traseiras (apenas a luz de placa com uma seção em
vermelho, que supria as luzes de posição e de freio), nem calotas ou cromado
nos para-choques e nos aros dos faróis. Também não tinha os piscas dianteiros e
sobrou apenas um limpador do para-brisa. Nada de tampa no porta-luvas, nem
marcadores de temperatura e combustível, ou afogador automático do carburador,
trava de direção e iluminação interna. Nenhum revestimento interno (nem no
teto) ou revestimentos acústicos. Imaginem a “escola-de-samba” na cabine, em
dia de chuva. Os bancos resumiam-se a “esqueletos” recobertos por uma simplória
napa (nas cores preta ou vermelha), mas que assegurava relativo conforto. A
carroceria era oferecida nas cores cinza ou marrom, com os para-choques
pintados de cinza fosco (assim como as rodas).
A outra vantagem do Teimoso em
relação ao Gordini (além do preço menor) é que tinha um desempenho superior e era mais econômico - afinal, ele pesava 70 Kg a menos...
Em 1966 foi lançado o TEIMOSO II, que recebeu novos tensores e buchas superdimensionados, ganhando em
dirigibilidade.
Mas esse "Gordini despojado" não agradou ao mercado (assim como os
outros 3 rivais “populares”), razão pela qual saiu de linha nesse mesmo ano.
O projeto M,
que era desenvolvido em conjunto com a Renault, e que na França deu origem ao
R12, então em fase avançada, foi concluído sob o controle da Ford. Dele
resultou, em fins de 1968, o CORCEL. Nesse ano o Gordini deu adeus. Ao todo
foram produzidas 8.967 unidades do Teimoso.
Até agora, identifiquei apenas 6 exemplares sobreviventes: placas CIP 6839, CZO 1966, FJO 1966, FPJ 1966, GQB 8271 e LDQ 0576.
Última atualização em: 1º de fevereiro de 2016
Produção acumulada dos 4 modelos:
Dauphine (1959 a 1964) = 23.887 unidades
Gordini (1962 a 1968) = 41.052 unidades
1093 (1964 e 1965) = 721 unidades
Teimoso I e II (1965 e 1966) = 8.967 unidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário