domingo, 19 de março de 2017

PROPAGANDAS - DAUPHINE E GORDINI

Consultando o histórico do blog (canto direito), você encontrará um "resumo" da história da Família Dauphine/Gordini/1093/Teimoso - matéria publicada em fevereiro/2016.
O que faltava publicar? Uma série de propagandas do Dauphine e do Gordini, legítimos produtos da francesa Renault aqui produzidos, sob licença, pela norte-americana Willys Overland "do Brasil". As fotos, abaixo, foram obtidas em diversos sites na internet.
Os primeiros "reclames" do Dauphine "brasileiro" surgiram ainda em 1959. Apesar de compacto, o sedanzinho oferecia 4 portas de acesso à acanhada cabine e seu pequeno motor de 845cc, na traseira, refrigerado a água, rendia 31 HP de potência. Pouco, mas suficientes para deslocar os 680 Kg do carrinho. A alavanca do câmbio de 3 marchas ficava no assoalho e o acabamento geral era bem simples. As rodas eram pintadas na mesma cor da carroceria e os parafusos de fixação eram encobertos por uma calota central cromada. A suspensão "aerostable" prometia estabilidade e conforto. As 4 portas facilitavam o acesso ao interior e os vidros das portas traseiras podiam ser abertos correndo na horizontal, como na Kombi, o que melhorava a ventilação.
O marketing ressaltava muitas qualidades do DAUPHINE: ESTABILIDADE COM POTÊNCIA, AGILIDADE, CONFORTO, SOLIDEZ, SEGURANÇA e ECONOMIA.
Após engatar a primeira marcha (o fabricante não dizia que o carro tinha que estar parado, por não ser sincronizada), a segunda marcha esticava até 75 Km/h e com a terceira e última marcha alcançava-se velocidade "superior a 100 Km/h".  Com isso, na cidade a segunda marcha era usada com frequência, permitindo contornar curvas em baixa velocidade, superar quebra-molas ou andar na velocidade máxima permitida. Era "quase como dirigir com um câmbio automático", diriam alguns. E o melhor de tudo - mas não tão importante na década de 60: com economia (16,7 Km/l, com nossa péssima gasolina).
 
 
Em 1962 foi lançado o irmão mais potente, o GORDINI, com o mesmo motor de 845cc e melhorias mecânicas, oferecia 40 HP de potência. Além disso, o câmbio tinha 4 marchas (mas com a primeira ainda não sincronizada)  e o acabamento geral era melhor. A ênfase era no DESEMPENHO, mas sem perder de vista a economia (consumo médio de 16 Km/l de gasolina na faixa ideal de utilização, entre os 60 e 100 Km/h).
Agora a primeira marcha esticava até os 40 Km/h. A segunda marcha alcançava os 70 Km/h. A terceira marcha ia até os 100 Km/h e a quarta marcha chegava a velocidades superiores a 120 Km/h!
A Willys marcava cerrado contra o rival VW Fusca, afirmando em suas propagandas que "o Gordini consome água normalmente como a maioria dos veículos" e que "gasolina custa dinheiro, água não". 
Também se gabava de dizer que "o Gordini era tão robusto que no circuito de Interlagos conquistou 133 recordes, sendo 54 locais, 54 nacionais e 25 internacionais de resistência e velocidade. Durante 22 dias consecutivos, rodou 51.233 Km sem parar". Na verdade, houve algumas paradas previstas nesse tipo de prova, para a troca do piloto, do óleo e dos pneus. Segundo a Willys, o esforço foi equivalente a 3 anos de uso normal. 
Além do DESEMPENHO, itens como CONFORTO e AMPLO PORTA-MALAS passaram a ser enfatizados, como forma de "cutucar" o rival Fusca.
Para o ano de 1966 o Gordini incorporou importantes aperfeiçoamentos (25 inovações, ao todo) e o numeral II somou-se ao nome. A propaganda - que até então associava o Dauphine/Gordini às mulheres, passou a buscar adeptos no público masculino.
O ano de 1967 viu nascer o GORDINI III, e seu maior destaque eram para os inéditos freios a discos (opcionais) nas rodas dianteiras. As lanternas traseiras finalmente foram reestilizadas (agora eram retangulares e verticais) e o saliente suporte da luz da placa traseira foi suprimido, e um menor foi embutido no para-choque. A luz interna passou a  ser acoplada ao retrovisor interno.
E para 1968?
Tem gente que não sabe (alguns até duvidam), mas existiu o GORDINI IV, que era diferente do 1967 apenas pelas novas cores. Ele foi montado com as sobras do ano anterior, pois a Ford (que havia absorvido a Willys recentemente) preparava o lançamento do Corcel naquele mesmo ano.
Para "desovar" os estoques, a propaganda da Ford-Willys era, no mínimo, discutível: "seja diferente, compre um Gordini". 
O fabricante jogava a toalha ao admitir, publicamente, que "todos preferiam o mesmíssimo carro" - no caso, o eterno rival Fusca ... e que "o Gordini era diferente porque você não o via com tanta frequência".
Mas não é justamente esse o objetivo de qualquer fabricante, ou seja, VENDER - e muito?

GORDINI À VENDA

Olá internauta. Não costumo anunciar carros aqui em meu blog, e nem é essa a finalidade.  Só que eu não poderia privá-los da chance de adqui...