terça-feira, 4 de julho de 2017

O GORDINI NÃO DESMANCHAVA NEM QUANDO BATIA

Poucas pessoas conseguem ficar diante de um Gordini ou Dauphine sem esboçar um sorriso. O estilo rechonchudo, em dimensões compactas e bem proporcionadas, até hoje é motivo de admiração. Ainda mais quando se percebe que, ao contrário do Volkswagen Fusca, o pequeno Renault tem 4 portas! Pequenas portas, é verdade, mas que facilitam o acesso ao interior igualmente pequeno. O motor também é pequeno, e fica instalado na parte de trás do carro, e deixa espaço de sobra "para os mecânicos se "divertirem". 
Grande mesmo é o espaço no porta-malas, pois o estepe fica sob o assoalho dianteiro. No cofre dianteiro, há uma "caixinha" de metal que abriga a bateria e o reservatório do óleo de freio. São 200 litros de capacidade para as bagagens. Só tem que tomar cuidado para não tampar o captador de ar (foto) que fica próximo à caixa da bateria. Se ele ficar bloqueado, o motor vai "morrer por falta de ar"! Eu já sabia disso, mas no domingo, voltando do supermercado, de repente o motor parou de funcionar. Olhei primeiro o motor buscando por vazamentos e daí veio o estalo: "as sacolas de plástico do supermercado !!!". Dito e feito, uma delas tinha sido parcialmente sugada pelo captador de ar. Bastou retirá-la, ligar novamente o motor e seguir em frente ...
A fama de "carro frágil" fez com que muitos Gordinis e Dauphines acidentados tomassem o rumo do ferro-velho. Dependendo da pancada, seria mesmo muito difícil recuperar o carrinho.  Mas nem sempre isso aconteceu.
Em outubro de 1964, no Autódromo de Interlagos, durante 22 dias, uma equipe de 10 pilotos recrutados pela Willys e chefiada por Luís Antonio Greco se revezou ao volante de um Gordini, escolhido de forma aleatória no pátio da fábrica. Após percorrer 51.233 quilômetros à velocidade media de 97 Km/h, o Gordini "quebrou" nada menos que 133 recordes na classe "G" - entre 751cc e 1.100cc, sendo 54 marcas locais, 55 marcas nacionais e 25 marcas internacionais. No oitavo dia, com Bird Clemente ao volante, o Gordini capotou.  O carro acidentado foi apelidado de "TEIMOSO" pelo publicitário Mauro Salles. Essa era a prova de que "o Gordini não desmanchava nem quando batia". 
O nome "Teimoso" batizou o modelo de Gordini "popular" que foi vendido em 1965 e 1966 em substituição ao Dauphine (que tinha câmbio de 3 marchas e motor mais fraco). Enquanto o Gordini normal custava 4.480 cruzeiros, o Teimoso saía por módicos 3 mil cruzeiros!
O despojamento deixava o carrinho bem pelado mesmo, mas em compensação ele era mais leve, ágil e econômico!


Abaixo, algumas fotos do Gordini acidentado em Interlagos:
 
A seguir, uma seleção de fotos de Dauphines acidentados. 
São cenas fortes e devem ser evitadas por pessoas com problemas cardíacos:
 CLIQUE NAS FOTOS ACIMA PARA AMPLIÁ-LAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário

GORDINI COM MOTOR DIFERENTE - PARTE 18

Nessa 18ª coletânea de Dauphines e Gordinis com mecânica diferente, duas adaptações com o conhecido motor boxer Volkswagen, refrigerado a ar...